Escritora e jornalista Celia Ribeiro morre aos 96 anos no RS
Morre a jornalista Célia Ribeiro, aos 96 anos A escritora e jornalista Celia Ribeiro morreu em Porto Alegre nesta quinta-feira (25) aos 96 anos. Ela estava int...

Morre a jornalista Célia Ribeiro, aos 96 anos A escritora e jornalista Celia Ribeiro morreu em Porto Alegre nesta quinta-feira (25) aos 96 anos. Ela estava internada no Hospital Moinhos de Vento. Segundo hospital, Celia morreu de causas naturais (leia a nota, na íntegra, abaixo). O velório está previsto para ocorrer entre 11h e 16h30 desta sexta-feira (26) no Cemitério Jardim da Paz, em Porto Alegre. O enterro deve ocorrer logo após. Natural da capital, dedicou 60 anos ao jornalismo. Depois de cursar Filosofia e integrar o Clube de Teatro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), começou a carreira aos 26 anos assinando críticas de teatro para o jornal A Hora, onde conheceu o marido, o também jornalista Lauro Schirmer, morto em 2009. Versátil, passou pelas rádios Guaíba e Gaúcha, pelas revistas do Globo e Cláudia, e foi uma das pioneiras da televisão no RS, com atuação mas TVs Piratini e Gaúcha. Em Zero Hora, onde começou a trabalhar nos anos 1970, exerceu as funções de repórter, editora, blogueira e colunista da revista Donna. Para além do jornalismo, é lembrada por gerações de debutantes que assistiram a suas aulas de etiqueta. Compartilhou o conhecimento sobre boas maneiras em uma série de livros, como Etiqueta na Prática e Etiqueta de Bolso, e também dedicou-se a retratar figuras históricas, como na biografia Fernando Gomes. Pioneira no jornalismo gaúcho Uma das primeiras mulheres a ocupar espaço de destaque na televisão do Rio Grande do Sul, era reconhecida por abrir caminhos para outras profissionais da comunicação. Célia deixou uma marca na história da jornalismo gaúcho. Alice Urbim, colega de profissão e amiga pessoal, relembra com carinho as memórias de uma vida inteira. “Eu conheci a Célia nos anos 70”, contou Alice. “O que ela me representa é a libertação da mulher na televisão e ela foi uma lutadora em cima disso” Segundo Alice, Célia acreditava que o conhecimento era a chave para conquistar espaço e autonomia. “Ela dizia: 'não tem medo, Alice, não tem medo. Com conhecimento, tu vai ganhar teu espaço, tu vai ganhar o teu poder'”, relatou. A presença de Célia na televisão é lembrada como transformadora. "Ela marcou essa história, assim, ela foi uma revolucionária. E ela abriu portas pra muita gente. Então, assim, nós somos muitas filhas de Célia, muitas filhas...” Alice também falou sobre o impacto pessoal da perda. “Nós aprendemos com a melhor de todas, dentro da televisão do Rio Grande do Sul. A perda da Célia é uma perda extremamente física. Porque a Célia, ela é eterna e ela sempre será a minha mentora profissional, a minha segunda mãe”, disse. Entre os objetos guardados por Alice está um presente que recebeu da amiga: um binóculo comprado em Londres. “Ela disse: 'Alice, esse foi o primeiro binóculo que eu tive para ver as peças de teatro mais de perto, os atores. E agora fica contigo. Para tu ver com os teus olhos o que eu já vi'”, concluiu. Jornalista Celia Ribeiro Júlio Cordeiro/Agência RBS Nota do hospital "Nota de Falecimento – Célia Ribeiro O Hospital Moinhos de Vento comunica o falecimento da escritora e jornalista Célia Ribeiro, ocorrido nesta quinta-feira (25), aos 96 anos, por causas naturais. Nascida em Porto Alegre, Célia Ribeiro, formou-se em Filosofia pela UFRGS, onde também participou do Clube de Teatro. Com mais de 60 anos dedicados ao jornalismo, iniciou a carreira como crítica teatral no jornal A Hora, atuou em rádios como Guaíba e Gaúcha, nas revistas do Globo e Cláudia e foi uma das pioneiras da televisão gaúcha, passando pelas TVs Piratini e Gaúcha. A partir dos anos 1970, integrou a redação de Zero Hora, onde foi repórter, editora, colunista da revista Donna e blogueira. Foi também referência no ensino de etiqueta, ministrando cursos e publicando obras como Etiqueta na Prática e Etiqueta de Bolso, além de livros biográficos". VÍDEOS: Tudo sobre o RS